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sexta-feira, 8 de abril de 2011

informaçao tvi sofre revoluçao e remodelaçao visual

José Alberto Carvalho e Judite de Sousa assumiram a direcção de Informação da TVI na segunda-feira e estão já a preparar uma reformulação editorial na estação de Queluz. A serem executadas em vários passos durante os próximos meses, as mudanças vão ter o canal generalista como foco principal.
À Correio TV o novo director de Informação da TVI revelou que o seu objectivo passa por fazer um "reforço editorial" do canal que permita "conquistar mais notoriedade" o que, por sua vez, irá conseguir "melhores resultados para o conjunto da empresa". Sem entrar em pormenores, José Alberto Carvalho adianta que a "reformulação vai passar por várias componentes e fases". "Não será de uma vez", diz. A meta é reforçar "por inteiro o projecto editorial em todos os canais e plataformas. Não há uma área priveligiada, há uma ideia integrada", adianta José Alberto Carvalho. No entanto, a prioridade está bem definida. Apesar de o responsável dizer que estão já a desenvolver ideias para a TVI 24, que serão mais visíveis a partir de Setembro, salienta que "o foco é a oferta informativa no canal generalista".
Sobre as mudanças editoriais, José Alberto Carva-lho apenas adianta que o desafio é: "Apresentar o melhor jornalismo que formos capazes de fazer". Questionado sobre como vai estar a informação da TVI no futuro, o director diz que a meta passa por oferecer "uma informação que satisfaça as necessidades informativas dos telespectadores, que seja capaz de surpreender, que seja ousada, responsável e desafiante".
No entanto, e nesta primeira fase, a grande atenção está centrada na actualidade política e económica do País. Uma situação que terá maior "relevância" até porque, diz, "o País já entrou em campanha eleitoral".
E o regresso ao ecrã de José Alberto Carvalho irá acontecer em breve. Se Judite de Sousa já surgiu na antena da TVI a liderar várias entrevistas (como vai acontecer este domingo com José Sócrates, o primeiro-ministro, após o congresso do PS), o director de Informação só deverá regressar daqui a algumas semanas. Uma garantia dada pelo próprio, que diz que quer ele quer Judite de Sousa vão apresentar o ‘Jornal Nacional’ antes das eleições legislativas marcadas para 5 de Junho.
À Correio TV o responsável adianta ainda que entrar num novo projecto neste clima político e económico "é desafiante". Mas confessa que "era bom ter mais tempo para preparar com calma algumas decisões" sobre o futuro da estação. Ainda assim, recorda que para os jornalistas estes "são tempos profissionalmente estimulantes".
Mas a informação da TVI vai também ser alvo de alterações visuais. "Estamos a desenvolver um projecto cenográfico, um conceito geral para a TVI", diz José Alberto Carvalho, acrescentando que este envolverá "diversas disciplinas do jornalismo e um ajuste da redacção, nos procedimentos de trabalho e na racionalização e distribuição de recursos". O objectivo, garante, "é dar uma imagem coerente a todos os produtos informativos da TVI".
Sobre o ambiente na redacção, o director de Informação adianta que sentiu uma "grande disponibilidade dos profissionais", sublinhando que existe um "sentimento altamente positivo e encorajador". "As pessoas estão motivadas para fazer coisas e trabalhar com afinco e empenho".
De resto, revela à Correio TV que na reunião que agendou para a passsada segunda-feira, onde ele e Judite de Sousa se apresentaram à redacção, passou uma mensagem clara: "Estamos aqui para ganhar. Ninguém é segundo por opção, mas ganhar com ousadia, talento e responsabilidade".
Apesar disso, o plenário ficou marcado pela mensagem de tranquilidade e pelas diversas referências que fez à felicidade que pretende ver nos profissionais da casa. Na mesma reunião, Judite de Sousa disse aos novos colegas que o que pode oferecer à TVI é o seu trabalho. "De mim podem esperar trabalho e esse é o meu exemplo", foi uma das frases da nova directora-adjunta, diz à Correio TV uma das pessoas presentes no encontro.
Mas nem só a direcção de Informação na TVI é nova. Miguel Pais do Amaral foi eleito em Março como novo presidente da Media Capital. À Correio TV o empresário revelou que o seu regresso tem sido "tranquilo". Pais do Amaral, que já esteve presente numa reunião do Conselho de Administração (CA) da dona da TVI, recusa adiantar se transmitiu à restante administração a linha que pretende para a estação porque, diz, não vai "divulgar publicamente as intervenções no CA". Ainda assim, assegura estar "tudo em ordem" e mostra-se confiante com a nova linha de informação que será implementada.
Sobre José Alberto Carvalho e Judite de Sousa diz serem "pessoas sérias e excelentes profissionais". "Vão fazer um grande trabalho", adianta o empresário. Pais do Amaral afirma mesmo que está convicto de que a informação da TVI está nas mãos correctas.
Para o empresário, José Alberto Carvalho e Judite de Sousa vão fazer "a informação que sabem fazer: mainstream, séria e credível", precisamente a que defendeu que a TVI deveria ter implementado quando atingiu a liderança de audiências. "Tenho confiança absoluta de que irão fazer isso".
Confrontado com as declarações do novo presidente, José Alberto Carvalho diz que são "observações motivadoras e de grande cortesia". Questionado se se sente pronto para cumprir com esta linha, adianta que: "Tanto eu como a Judite temos carreiras públicas e o nosso trabalho fala por nós".
De recordar que Miguel Pais do Amaral, na Comissão de Inquérito ao caso PT-TVI, revelou que foi feito um estudo sobre qual deveria ser o posicionamento da informação da TVI. O documento indicou que "uma TVI com uma informação mainstream, portanto, credível, séria, isenta, com características diferentes, poderia ambicionar a ser líder na informação e que uma TVI com uma informação como a que tinha na altura [no tempo de José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes] nunca poderia ambicionar ser líder". "Quando era accionista maioritário a informação da TVI teve várias fases. Quando éramos um ‘challenger’ (operador que desafiava a liderança) era mais agressiva, mais tablóide, quando a TVI passou a ser líder não havia justificação para isso. Deixou de ser adequado", recorda à Correio TV. Questionado se a informação da TVI agora seguirá a imagem que defendeu no estudo, Pais do Amaral apenas diz: "Espero que sim".
Sobre o professor Marcelo (de recordar que em 2004 Marcelo Rebelo de Sousa saiu da TVI por alegada pressão de Pais do Amaral que lhe pedia que moderasse o teor dos seus comentários políticos sobre o então Governo de Pedro Santana Lopes), diz que não tem "nada a ver com isso". "Estou a outro nível, sou accionista e presidente e não tenho de me preocupar com temas de comentadores", um assunto que, adianta, é da competência da direcção de Informação.
Já Marcelo Rebelo de Sousa revela que "os planos estão todos a correr naturalmente, sem que haja atritos". "O Pais do Amaral é presidente não-executivo, mas o Bernardo Bairrão ainda é o administrador".
HOMENS DE CONFIANÇA
Nicolas Berggruen e Bo Nielsen são dois homens de confiança de Pais do Amaral. Este último foi recentemente indicado como membro não-executivo do Conselho de Administração da Media Capital. Já Nicolas Berggruen, 49 anos, nascido em Paris, está na administração da Prisa (dona da Media Capital/TVI) e é sócio de Pais do Amaral no grupo editorial Leya. Filho de Heinz Berggruen, um conceituado coleccionador de Picasso, fundador do Museu Berggruen, em Berlim, tem uma fortuna avaliada em 1,6 mil milhões de euros. É conhecido como ‘o bilionário vagabundo’, uma vez que não tem bens materiais, à excepção de colecções de arte e um jacto privado. Berggruen planeia deixar a fortuna a causas solidárias, como quintas de energia eólica na Turquia, fazendas de arroz no Camboja e a sua colecção de arte a um novo museu de Berlim.
MANUELA MOURA GUEDES 
O afastamento de Manuela Moura Guedes do ‘Jornal Nacional’ em 2006, disse Moniz na Comissão de Inquérito, deveu-se à intervenção de Miguel Pais do Amaral. "O eng.º Pais do Amaral pediu a cabeça da apresentadora, pediu a alteração de critérios editoriais, alegando que nós fazíamos uma informação tablóide, quando nós não fazíamos uma informação tablóide", contou José Eduardo Moniz.
JOSÉ EDUARDO MONIZ
Contactado para comentar as mudanças na TVI, Moniz preferiu o silêncio. Na Comissão de Inquérito ao caso PT-TVI, o antigo director-geral afirmou que a informação da TVI foi contestada por Pais do Amaral: "Com manifestações evidentes de falta de concordância com a forma como as coisas eram feitas e com a reivindicação de alterações, quer na linha editorial, quer no formato dos jornais, quer na apresentação dos jornais".

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